Resumo: | Ensaio histórico sobre a OPAS, em que se propõe uma periodização da história da instituição. Inicialmente narra os antecedentes mundiais do regime de quarentenas, o intercâmbio de informação epidemiológica e a ascensão dos EUA como potência hegemônica, especialmente entre fins do séc. XIX e começo do XX. O primeiro da história da instituição abarca do começo do século XX ao fim da 1ª Guerra, quando observam-se a convergência entre a sanidade marítima, o auge das economias de exportação e os progressos da ciência e medicina, que tornaram possível o surgimento da Oficina Sanitária Internacional em 1902. O segundo período circunscreve-se ao entre-guerras, à 2ª Guerra e ao pós-guerra (ca. 1919-48), quando emerge uma maior sensibilidade internacional, em grande parte decorrente da devastação que acompanhou o conflito armado, e ampliam-se as preocupações com a saúde. Destaca no período a discussão e aprovação do Código Sanitário Pan-americano (1924) e a consolidação de uma tradição entre pensadores e praticantes latino-americanos da saúde, alguns dos quais identificados com a chamada medicina social. O período seguinte compreende de meados dos anos 1940 a início dos 1950 e dele rastreia-se a interação entre saúde internacional e guerra fria. As mudanças sociais e políticas na América Latina alimentam a esperança de se obter um grande desenvolvimento na região, e nesse cenário criam-se programas de saúde ‘verticais’ para erradicação das principais doenças transmissíveis, com ênfase em objetivos, prazos, técnica, pessoal especializado e participação dos diferentes grupos sociais. O quarto período abarca os anos 1970 e começo da década seguinte e sobre ele examinam-se os vínculos então estabelecidos entre desenvolvimento sanitário e socioeconômico, as origens da concepção e prática da saúde como um espaço público e o surgimento da ‘medicina comunitária’ e da atenção primária de saúde com perspectivas holísticas, em contraposição às campanhas sanitárias verticais que m...(AU)^ipt.
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